Veja os principais cuidados para obter um bom desempenho da tubulação de interligação em sistemas de aeração por ar difuso.
Numa estação de tratamento de efluentes, a tubulação de interligação de ar entre os sopradores e o sistema de aeração por ar difuso é um componente muito importante para o bom funcionamento do sistema. Responsável por guiar o ar comprimido a baixa pressão, alguns cuidados devem ser tomados na fase de dimensionamento e instalação.
Nesse sentido, o primeiro ponto que deve ser estudado é a escolha correta do material que compõe os tubos. Não é recomendado a opção de materiais termoplásticos, PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro) ou aço carbono. Apesar do maior custo, a opção mais recomendada é o aço inoxidável em razão das seguintes vantagens e características:
- Excelente dissipação térmica;
- Durabilidade;
- Elevada resistência mecânica;
- Baixa perda de carga;
- Resistência à corrosão;
- Resistência a temperaturas superiores a 100°C.
A opção pelo aço carbono demanda manutenção frequente e pode provocar sérios problemas nos difusores, pelo risco de desprendimento de partículas da tubulação, ocasionando o entupimento dos mesmos.
As opções com materiais termoplásticos são limitadas especialmente pelo baixo limite de suportação de temperaturas, haja vista que as aplicações de alguns tipos não suportam mais do que 60°C.
Veja mais cuidados com a tubulação de interligação em sistemas de aeração
Além da escolha do material, outros cuidados devem receber criteriosa atenção no dimensionamento da tubulação de interligação. São eles:
– Atenção ao caminhamento – É importante que a tubulação tenha o menor caminho possível. Por isso, os trechos e as conexões devem ser minimizados.
O trecho de entrada no tanque ou lagoa de aeração sempre deve ocorrer pela parte superior (borda) e jamais pelo fundo, para evitar o risco de “afogar” os sopradores caso ocorra uma falha no sistema.
Evite perdas de carga elevadas – A perda de carga ocorre quando um fluído se desloca no interior da tubulação, causando atrito nas paredes internas. Também ocorre uma turbulência do fluído com ele mesmo, fazendo com que a pressão que existe no interior da tubulação vá diminuindo gradativamente à medida que o fluído se desloque.
Ou seja, a perda de carga é uma restrição à passagem do fluído dentro da tubulação. Para evitar esse problema e garantir baixa perda de carga, é recomendada a utilização de baixos valores de velocidade do ar, caminhamento adequado e válvulas com abertura integral.
Outra recomendação é utilizar, na saída dos sopradores, curvas a 45° e válvulas de abertura plena.
– Escolha a válvula adequada – A válvula serve para bloquear e regular os fluídos na tubulação de interligação em sistemas de aeração. A mais utilizada é do tipo borboleta. É desenvolvida com um disco interno, que tem a função de obstruir a passagem de fluídos em canos e tubos. Válvulas esferas com seção de passagem plena são indicadas para controle mais preciso. A automação delas dependerá do tipo de processo e requisitos de projeto e disponibilidade de investimento.
– Faça um estudo de flexibilidade – Um estudo de flexibilidade deve ser feito sempre nos projetos maiores. Ele serve para definir a forma de suportação da tubulação de interligação para evitar que as tensões atuantes e deformações excedam seus valores admissíveis. Também serve para evitar que linhas, equipamentos e acessórios sejam danificados por deformações. Outro objetivo do estudo é evitar que fontes excitadoras (como compressores, bombas, etc), exijam equipamentos e suportes além dos valores admissíveis.
– Verifique se a tubulação precisará de ampliação – Ao planejar o dimensionamento de uma tubulação de interligação, certifique-se da possibilidade de haver demanda do aumento da capacidade e a possibilidade de manutenção.
– Atente para as condições de manutenção – Trechos comuns de tubulação que atendem diversos pontos de aplicação, como os reatores, devem ser dimensionados para a condição de isolamento de um desses pontos. Isso significa que no período de manutenção a vazão de ar em determinado trecho pode ser maior.
– Suportação e juntas de dilação – Por se tratar de uma tubulação que opera com temperaturas elevadas, é comum a ocorrência de dilatações lineares. Deve-se considerar diferentes tipos de suportes que permitam ou não essas dilatações, assim como a correta aplicação de juntas de dilatação.
– Conexão com os sopradores – Jamais reduza o diâmetro de saída dos sopradores na tubulação de interligação. Essa medida, além de elevar a perda de carga, pode provocar sérios danos aos equipamentos responsáveis pela geração de ar.
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