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Remoção biológica de fósforo em lodos ativados

Este é o 3º e último post da série Remoção Biológica de Nutrientes em Lodos Ativados.

A remoção biológica de fósforo no processo de lodos ativados é baseada nos seguintes pontos fundamentais:

  • Certas bactérias são capazes de armazenar quantidades em excesso de fósforo na forma de polifosfatos. Estes microrganismos são denominados de Organismos Acumuladores de Fosfato (OAP). A bactéria mais frequentemente citada como uma importante OPA tem sido a Acinetobacter.
  • Estas bactérias são capazes de remover substratos simples de fermentação produzidos na zona anaeróbia e assimilá-los como produtos armazenados dentro de suas células.
  • Na zona aeróbia, é produzida energia pela oxidação destes produtos armazenados. E o armazenamento de polifosfatos na célula aumenta.

Dessa forma, é essencial a existência de zonas anaeróbias e zonas aeróbias na linha de tratamento. A zona anaeróbia é considerada um seletor biológico para os microrganismos armazenadores de fósforo. Esta zona propicia uma vantagem em termos de competição para os OAP, já que eles podem assimilar o substrato nesta zona antes de outros microrganismos não armazenadores de fósforo. Desta forma, esta zona anaeróbia permite o desenvolvimento ou seleção de uma grande população de OAP no sistema, os quais absorvem apreciáveis quantidades de fósforo solúvel do meio líquido na zona aeróbia, bem superior aos requisitos metabólicos normais. Ao se remover o lodo biológico excedente, contendo também os OAP, ricos deste elemento, está se removendo o fósforo do sistema.

Alguns fatores importantes que influenciam o processo:

  • A remoção de fósforo é mais eficiente no pH entre 7,5 e 8,0. A atividade é perdida no pH próximo a 5;
  • A entrada de nitrato na zona anaeróbia reduz a eficiência de remoção de fósforo;
  • Idade do lodo elevada reduz a retirada de lodo, e consequentemente a remoção de fósforo;
  • O tempo de detenção na zona anaeróbia tem sido tradicionalmente estabelecido entre 1 e 2 horas;
  • Uma relação mínima recomendável para o afluente em termos de DBO solúvel:P é em torno de 15:1;
  • É comum a adoção de etapas de polimento para a remoção de sólidos em suspensão do efluente final, como filtração ou flotação, uma vez que os sólidos possuem alta concentração de fósforo;
  • É importante evitar que o lodo removido entre em processo anaeróbio, pois poderá liberar novamente o fósforo para a fase líquida. Assim, é preferível o adensamento através de flotação por ar dissolvido, e a digestão aeróbia.

A eficiência na remoção biológica de fósforo pode variar de acordo com o tipo de efluente e de vários fatores, como mostrado acima. No caso do tratamento de esgoto sanitário, é possível atingir a concentração de 2,0 mg/L de fósforo no efluente final, e combinado com outros processos, como filtração e precipitação química, é possível atingir concentrações próximas a 0,5 mg/L de fósforo.

A B&F Dias está patrocinando esta série, e é a maior especialista em sistemas de aeração por ar difuso do Hemisfério Sul com mais de 33 anos de experiência.

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